Para onde caminham nossos meios de comunicação, em especial a área de jornalismo? Há um tempo atrás havia uma padronização nos telejornais, costumavam ser duas edições, divididas em tarde e noite, aonde a maioria dos canais abertos concorriam pela audiência, mantendo o mesmo formato na apresentação das matérias.
Sempre achei cansativo esse modelo de jornalismo, pessoas sisudas, apresentando de maneira uniforme os principais acontecimentos da região, país ou mundo. Nunca aceitei que para passar credibilidade um jornalista ou repórter deva parecer um boneco sem vida. Acreditava que um jornal não precisava ser, necessariamente chato, para ser verdadeiro e transparente.
Eis que surgem os telejornais extremamente regionais, com uma linguagem popular, voltados à população carente que, honestamente mais parecem programas de auditório. A bancada dos apresentadores deu lugar a um “palco” aonde o apresentador anda de um lado para o outro se exaltando a cada noticia apresentada! O sensacionalismo volta com tudo nesse modelo que cativa cada vez mais a audiência.
Há telejornais que sorteiam prêmios (dinheiro, ingressos para espetáculos...) para seus telespectadores, outros fazem uso de “personagens” para conquistarem audiência, e alguns apresentadores são verdadeiras máquinas de disseminação do ódio.
Não me preocupo com o fato de um telejornal se transformar
Falando em suspeito, recentemente um rapaz foi preso acusado de ter estuprado e matado duas mulheres. Uma equipe da imprensa acompanhou o caso. Durante a exibição da matéria em um telejornal local, o apresentador não poupou esforços para que o “suspeito” (lembrando que: inocente até que se prove o contrário) fosse praticamente enforcado! Pois é... duas semanas depois, a polícia encerrou as investigações e prendeu o verdadeiro culpado... Não preciso dizer que a vida de nosso “suspeito” inicial acabou...
Esse tipo de jornalismo, que está também presente em outros meios de comunicação, é abusivo e manipulador. Eu penso que um jornalismo verdadeiramente interessante está longe de ser esse circo, mas não precisa ser chato e cansativo, cheio de mensagens subliminares também. Há muito ainda que se mudar no mundo... e para que haja mudanças é necessário informação... limpa, direta e principalmente... imparcial!